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QS – quociente espiritual nas empresas

Possivelmente o conceito QS - Quociente espiritual

Autor: Eline RaseraFonte: A Autora

Possivelmente o conceito QS - Quociente espiritual -  já não incomode tanto os empresários, executivos e demais profissionais nas organizações. Mas tem sido praticado? É valorizado ou, pelo menos, existe espaço nas empresas para se discutir o assunto?

Enquanto nós brasileiros estamos vivendo momentos de intenso questionamento ético e de limites das negociações das empresas e do poder político, nos Estados Unidos os CSOs (Chief Spiritual Officer) vem ganhando terreno junto aos CEOs das organizações (Exame.com - Camila Pati).

O termo refere-se a uma posição de “guru espiritual”, ou seja, um “profissional que zele pela manutenção dos valores inegociáveis de uma organização”. Resumindo, é quem cuida dos valores éticos e da manutenção da cultura da empresa.

Os problemas de ordem moral são e sempre foram algo de difícil controle e administração em toda sociedade. Desde que o mundo é mundo, o ser humano apresenta desvios de comportamento ético.  O homem é um ser social, isto é, vive em grupo, e para isso, necessita de regras. As normas visam a convivência dos seres humanos, baseado em condutas que respeitam a integridade, evitam atitudes que causem dor, sofrimento ou lesam de alguma forma o outro (pessoas, animais, natureza).

Viver em grupo é uma necessidade humana, mas nem por isso, simples assim, dada a complexidade do comportamento humano. Transgredir as normas faz parte do caráter de algumas pessoas.

Desde algum tempo, as empresas se empenham em desenvolver a Missão, Visão e Valores.  Empresários, executivos, RH e outros profissionais procuram criar e transmitir valores que definam a cultura da empresa para que todos (stakeholders) possam seguir e se orientar pelos princípios éticos e sustentáveis da mesma.

Mas esses princípios estão sendo seguidos em todas as empresas? E quem são os profissionais que mais devem ser o exemplo do que se propõe nas organizações? Vale muito a pena uma reflexão sobre o assunto.

Ken Blanchard, especialista em gestão, tem cooperado muito para que o termo CSO venha se destacando atualmente. Na opinião de Deni Belotti, ex-aluno de Blanchard no MBA da Califórnia State University e presidente da JCS Network, “faz-se cada vez mais necessário profissionais com essa função, para frear a ganância que afasta empresas de seus valores e propósitos.”

E qual a função dessa pessoa? O CSO é mentor dos líderes, busca manter o equilíbrio e o legado da organização, trabalha com os princípios da Missão, Visão e Valores e sai em busca da manutenção da cultura da organização.

Em outras palavras, tem a principal tarefa de fazer com que os profissionais sigam os princípios que movem os grupos para a integridade e o respeito, do que o ser humano tem de mais nobre: sua dignidade.

Função das mais nobres. Talvez os CSO’s comecem a surgir em maior número, mudando conceitos e fazendo valer a ética. E aí, de fato, a Missão, Visão e Valores das empresas e da sociedade.

 

Eline Rasera é psicóloga, coach e professora da IBE-FGV, especialista em Desenvolvimento Organizacional e Gestão de Pessoas.

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